A história do Sindicato dos trabalhadores Químicos e dos setores de plástico e abrasivos de Campinas e Região se mistura ao crescimento de empresas como a Gessy Lever, em Valinhos, e a Rhodia, em Paulínia na década de 1940. Outras grandes multinacionais se instalaram nas redondezas: Shell, 3M, Du Pont, Merck Sharp e mais recentemente as farmacêuticas: Medley e EMS.
Indústria Química e a Revolução Industrial
A primeira manifestação relacionada com a química são as tintas e os vernizes. A pintura de animais e cenas de caça nas paredes das cavernas são os registros mais antigos. A indústria química desempenha papel fundamental na economia mundial. No Brasil, o setor químico é o segundo em importância na formação do PIB Industrial.
No século XVIII, princípios químicos eram utilizados para produzir bálsamos, colas, sabões e perfumes. O período foi de muitas invenções e descobertas, que tinham aplicação nos mais diversos domínios, como na agricultura. A revolução industrial desenvolveu a tecnologia das tintas e vernizes. Muitas fábricas se estabeleceram na Europa.
Na segunda metade do século XIX um novo campo científico novo ganhou o mercado das tintas – o dos polímeros, que gerou outras indústrias com a produção de resinas. No início do século XX, o desenvolvimento técnico e econômico transformou a indústria química, levando ao aparecimento das primeiras tintas prontas no mercado.
O francês Antoine Lavoisier (1743-1794) é considerado o pai da química moderna, porque foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria e identificou e batizou o oxigênio.
O fundador da indústria química é Nicolas Leblanc (1742-1806), que foi o grande inventor do processo de fabricação de soda a partir do sal marinho. A importância desse processo inventado para a industrialização estava relacionada com a quantidade de soda que se podia produzir. Também se expandiu indústrias de sabões, vidreiras, de papel e tintureiras. Da química orgânica se produziu, por via sintética, muitos produtos já conhecidos e novos produtos.
Na segunda metade do século XIX, cresceu o desenvolvimento no campo científico e, consequentemente, dos polímeros. No entanto, apenas no século XX, o mercado de tintas se influenciou pelas mudanças.
A primeira utilização em tintas dos polímeros foi registada por Alexander Parkes, em 1855.
Em 1872, o alemão Johann Baeyer descobriu uma forma de produzir resinas fenólicas que tiveram uma grande aplicabilidade na produção de tintas. As resinas alquídicas foram muito importantes para a transformação da indústria química, descobertas na segunda metade do século XIX.
Baeyer ganhou o Prêmio Nobel de Química, e a química está na base do desenvolvimento econômico e tecnológico, da siderurgia à indústria da informática, das artes à construção civil, da agricultura à indústria aeroespacial ou têxtil, como produto final ou produto intermédio para a produção:
– Construção Civil;
– Fabrico de equipamento eléctrico e de óptica; de máquinas e equipamentos; de coque, produtos petrolíferos refinados e combustíveis;
– Indústrias de pasta de papel, cartão e seus artigos; de madeira, de cortiça e suas obras; do couro e de produtos de couro; extrativas, com exceção da extração de produtos energéticos; agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca;
Entre os produtos são muitos: desde roupas e acessórios que utilizamos nos detergentes, computadores, medicamentos, automóveis, etc;
Empresas na Região de Campinas
Rhodia
A história do Sindicato dos trabalhadores químicos e dos setores de plástico e abrasivos se mistura ao crescimento de empresas como a Gessy Lever, em Valinhos, e a Rhodia, em Paulínia. Em 1942, o Grupo Solvay, que administra a Rhodia, inicia a plantação de cana de açúcar, onde hoje está localizada a cidade de Paulínia, a produção de álcool foi direcionada para abastecer a fábrica na cidade de Santo André, criada em 1919.
Em 1956, implantou a unidade química. O conjunto industrial em Paulínia se consolidou em 1970, com a implantação da fábrica de fenol e derivados. Em 1975 foi criado o Centro de Pesquisas de Paulínia. De 1980 a 1985, ampliação do complexo industrial. Em 2004, ampliação da fábrica trouxe especialidades para produtos de consumo, além de produtos como fenol e solventes, produtos agroquímico, para nutrição, setor automotivo e de transporte, ramo têxtil, eletro-eletrônico, energia (abatimento de gases de efeito estufa), com aromas e fragrâncias para perfumes, creme dental, roupas, calçados e materiais de construção.
Atualmente, são nove empresas de diferentes setores de atividade, entre eles produtos veterinários, agroquímicos, insumos farmacêuticos e látex. Atualmente, o complexo abriga nove empresas de diferentes setores de atividade, entre eles produtos veterinários, agroquímicos, insumos farmacêuticos e látex e cerca de 3 mil trabalhadores.
Gessy
Nos anos 1940 e 1950, a Gessy era a maior anunciante no rádio e na televisão, com sabonetes, creme dental, produtos de perfumaria e posteriormente do ramo alimentício, com a fábrica na cidade de Valinhos. A pequena fábrica na cidade de Valinhos foi comprada em 1887, para ser formalizada em 1895 como José Milani & Cia. Com o sucesso de produtos no mercado consumidor, em 1942 (há registros em que teria sido criada em 1932), José e Adolfo Milani, fundaram a Companhia Gessy Industrial.
Em 1960, os Irmãos Lever, fabricantes de sabão, incorporam a empresa rival, passando a ser denominada de Indústrias Gessy Lever. Em 1978, inaugura nova fábrica na cidade de Vinhedo, com linha de produção voltada para a higiene pessoal. Desde então, continuou incorporando novas fábricas e lançando novas marcas. Em 2001, a Gessy assume o nome Unilever.
Shell
A Shell se instalou no Brasil em 1913, com o nome de Anglo-Mexican Petrole Products Company. Em 1914 inaugurou o primeiro depósito de combustível no Rio de Janeiro. Em 1922 foram as primeiras bombas de gasolina em ruas e garagens. Em 1952, a empresa recebeu o nome Shell Brazil Ltda. Em 1961, a Shell passou a ser uma empresa brasileira de capital estrangeiro, com a razão social Shell Brasil S.A. Em 1977 a Shell se instalou às margens do Rio Atibaia, no bairro Recanto dos Pássaros, na cidade de Paulínia. Em 1995, a Cyanamid Química Brasil comprou a Shell e vendeu a fábrica para a Basf S/A, no ano de 2000.
Contaminações
A partir de 2001, o Sindicato dos químicos e uma comissão de ex-trabalhadores começaram a colher informações, realizar exames e acionar a justiça para comprovar as contaminações cometidas sobre os trabalhadores e moradores da região das fábricas Shell Brasil, Cyanamid Química Brasil e Basf S.A., o caso ficou conhecido como Shell/Basf. Desde então essas gigantes internacionais perdem uma batalha atrás da outra. É uma verdadeira luta do gigante contra Golias. Uma luta contra o poderio econômico dessas empresas em defesa do direito à vida. Em 2002 a empresa foi interditada pela justiça e fechou as portas.
DuPont
A DuPont veio para o Brasil em 1937, com atividades de importação e distribuição de produtos. Hoje trabalha com os setores agrícola, químico, petroquímico, automobilístico, gráfico, embalagem, polímeros industriais, eletrônica, construção, decoração, segurança, papel, celulose, produtos domésticos e biotecnología. A empresa foi fundada pelo francês Eleuthère Irénée Du Pont de Nemours, seguidor de Antoine Lavoisier, nos Estados Unidos, em 1802, com a fábricação de pólvora.
Em 1990, a DuPont se associou à Merck Sharp & Dohme, no setor farmacêutico. Em 1998, a empresa adquire a participação da Merck na junção das empresas. Em 2001, a DuPont vende o empreendimento farmacêutico para o laboratório Bristol-Myers Squibb. Em 2004, vendeu a Invista, uma subsidiária que produzia fibras têxteis para a Koch Industries. No mesmo ano, a DuPont do Brasil passou a integrar a DuPont América Latina.
3M
A 3M fabrica produtos para escritório, abrasivos e adesivos. Foi fundada em 1902, nos Estados Unidos. Em 1946, a primeira unidade a se instalar no Brasil foi em Campinas, com a razão social “Durex, Lixas e Fitas Adesivas Ltda.”. Em 1954, a 3M se transferiu para Sumaré, na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e iniciou a fabricação dos primeiros produtos abrasivos da empresa, as lixas de papel.
Merck Sharp & Dohme (MSD)
Empresa farmacêutica, química e de ciências biológicas de origem dos Estados Unidos.
No início, era havia uma farmácia filial do Grupo Merck da Alemanha, fundado em 1668 por Friedrich Jacob Merck. Em 1827 iniciou a produção em escala industrial de alcaloides, extratos de plantas e outros químicos em 1827. No Brasil, a empresa chegou em 1952, com sede localizada em São Paulo e fábricas em Campinas e Cruzeiro, no estado de São Paulo, e em Montes Claros, Minas Gerais.
Indústrias farmacêuticas
Medley
A Medley Indústria Farmacêutica Ltda é a líder do mercado de genéricos desde 2002. A empresa foi criada em 1998 e são duas fábricas, uma em Campinas e a outra em Sumaré, na RMC. A Medley passou a pertencer ao Grupo Sanofi-Aventis, empresa líder mundial do ramo.
EMS
A indústria farmacêutica EMS Sigma Pharma se instalou em Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), em 1999. No ano seguinte, iniciou a produção de genéricos.
Referência Bibliográfica
www.abiquim.org.br; http://negocios.maiadigital.pt/hst/sector_actividade/quimica/caracterizacao/esboco
www.wikipédia.org ; solutions.3m.com.br/wps/portal/3M; www.rhodia.com.br; www2.dupont.com/Brazil_Country_Site/pt_BR/; www.ems.com.br; www.medley.com.br; www.shell.com