Cefol, conquista da categoria dos químicos
2005 a 2008
Em 2005 duas iniciativas destacaram o protagonismo dos trabalhadores como a criação do Cefol (Centro de Formação e Lazer) e do COT (Central Organizativo dos Trabalhadores), um instrumento de apoio e parceira na luta de organização, para desenvolver projetos, assessorar e promover atividades nas áreas cultural, educacional, políticas públicas, economia solidaria, agroecologia e de formação junto às entidades e organizações parceiras e aos trabalhadores e trabalhadoras não organizados. No início, eram 1.224 sócios e hoje são 11.206 pessoas.
O Cefol, que completa 20 anos em 2025, passou por diversas etapas de burocracia, construção, finalização e trazendo novos conceitos de lazer e formação para os trabalhadores. A primeira iniciativa foi a realização de uma assembleia em que foi aprovada a autorização de compra do terreno, de 187,92 m2 com estábulo, e sua construção do Cefol. Durante o ano os espaços foram pensados para atender a categoria e foi inaugurado em dezembro com 3 piscinas, incluindo para bebês, vestiários e banheiros, sala médica, restaurante, salão de jogos, área para alimentação e estacionamento. As novas instalações foram ocorrendo ao longo desses 20 anos, pesqueiro, quadra de areia, campo de futebol, quiosques, espaço para churrasqueiras, sauna, o complexo aquático Prainha Park, Tenda Amarela, Folk Valey, áreas para locação de eventos, 28 apartamentos para hospedagem, espaço para cursos, trilhas ecológicas e educativas na Serra dos Cocais, e muito mais. Saiba mais no link: https://cefol.com.br
Uma das ações mais importantes para a classe trabalhadora é a redução da jornada sem redução de salário. O Químicos Unificados conseguiu esse direito pelo acordo coletivo de 2005, com a implantação a partir de 1º e janeiro de 2006 a redução da jornada de 44 para 42 horas semanais, lembrando que parte do setor já trabalhava 42 horas e outra com 40 horas. Em 2009, toda a categoria passou a trabalhar 40 horas semanais.
Já no mês de fevereiro de 2006, a EMS seguiu com demissões ilegais ao demitirem a dirigente sindical Márcia Paranhos e tendo demitido dois cipeiros no ano anterior, todos com estabilidade. Também fazia pressão para o retorno à fábrica dos afastados pelo INSS.
Unificados realizaram o 3º Congresso nos dias 10, 11 e 12 de março na cidade de Atibaia tratando sobre unidade, autonomia e aprofundar as lutas.
Sindicato realizou assembleias e ficou definido a transferência a todos os trabalhadores da base o valor foi recolhido pago pelos patrões, que corresponde ao período da campanha salarial, a chamada taxa negocial. De acordo com cada fábrica, greves e paralisações garantiram conquistas ao fim da campanha salarial.
A formação da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT do Estado de São Paulo, ocorreu em 23 de junho de 2006, com o objetivo de unificar e estruturar melhor a luta no estado, ganhando mais força nas negociações junto aos patrões. Os sindicatos do ramo químico do Estado iniciaram o debate para criação da federação dentro da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico) em 2003. Entre seus sindicatos filiados estão os Químicos do ABC, Químicos de São Paulo e Químicos Unificados (Campinas e Osasco).
2007 garantiu participação de dirigentes nas lutas no Dia Internacional das Mulheres, no ato de 1º de maio, na jornada de lutas, em 23 de maio e no ato contra a instalação de pedágio entre as cidades de Valinhos e Vinhedo, em abril. E março, a Unilever proporcionou cenas de forte aparato policial, como se fossem seguranças particulares da empresa, pelo simples fato dos trabalhadores ouvirem o Sindicato, a fábrica intimidava os operários.
No segundo semestre mais atuações junto aos movimentos sociais, como no ato contra assassinato de trabalhador rural na Syngenta, por pistoleiros contratados pela empresa, da participação do plebiscito pela anulação do leilão fraudulento da Vale do Rio Doce entregue no Grito dos Excluídos e da Marcha Nacional em defesa dos direitos humanos e contra reformas neoliberais do governo Lula, em Brasília no dia 24 de outubro.
Na campanha salarial, a PPG Tintas e a Transitions Optical teve o início de sua produção atrasada no dia 13 de setembro, na no dia 14, na Bann Química no dia 18 e na Invista no dia 19 de setembro.
Trabalhadores da Ceralit confirmaram em assembleia, em 18 de fevereiro de 2008, a decisão em ocupar a fábrica por tempo indeterminado para impedir a retirada de maquinário, bens que podem ser utilizados como forma de pagamento de salários e direitos trabalhistas. Fato que foi ocorrer a partir de 2011, após venda da área mediante decisão judicial, em ação impetrada pelo Unificados e pelos trabalhadores.
Em nova eleição no Sindicato Químicos Unificados, a Chapa 1 da Regional Campinas recebeu 99,05% dos votos.
Na campanha salarial do ramo farmacêutico, a mobilização na Medley garantiu aumento real nos salários além do acordo coletivo e alteração da jornada, com os sábados passando a ser trabalhados de forma alternada. Na EMS a principal conquista foi pela equiparação salarial no chão de fábrica, mesmo piso para todos.
As trabalhadoras e os trabalhadores da Tops, uma divisão da EMS, receberam um reajuste de 31,89% sobre o salário anterior, nos demais setores que recebiam o piso da
categoria desigual, o reajuste salarial foi de 27,63%. Greve para 100% da produção na Sinter Futura em 16 de abril, diante dos inúmeros problemas sofridos pelos trabalhadores.
O ato em comemoração ao Dia do Trabalhador ocorreu na Praça da Sé em São Paulo, com a participação dos sindicatos de luta, partidos de esquerda, a Intersindical, Conlutas, entidades e movimentos sociais, com cerca de 2 mil pessoas. O Sindicato Químicos Unificados participou do 1º de Maio desde o início de sua preparação.
Por outro lado, a CUT e a Força Sindical transformaram a data em um dia tão somente de festas, com a realização de grandes shows, despolitizando a classe trabalhadora, com a apresentação de artistas e sorteio de muitos prêmios.
O Dia Mundial do Meio Ambiente, em 05 de junho, foi comemorado pelo Sindicato com um ato em frente ao Fórum da Justiça do Trabalho, no centro de Paulínia, uma das cidades mais poluidoras do planeta.
Um manifesto foi entregue à população informando sobre a poluição, principalmente a industrial em Paulínia, alertava para suas consequências na saúde das pessoas e para a continuidade da vida no planeta, relembrava o crime ambiental provocado pela Shell/Basf. Houve também a distribuição de mudas de diversas árvores aos que se interessaram e se comprometeram com o plantio.
O Sindicato também esteve ao lado dos trabalhadores nas greves da EMS em abril, que recusaram a proposta do reajuste salarial e da Hidroall em outubro, após 7 dias em greve. A Rhodia enfrentou a segunda paralisação da produção em 18 dias, na manhã do dia 05 de novembro, decisão dos trabalhadores em reunião nos portões da empresa, já que não tiveram as reivindicações atendidas.
A produção na Samkwang, em Campinas, foi totalmente paralisada após decisão da assembleia realizada na madrugada do dia 31 de outubro, último dia antes da mesa de negociações da campanha salarial. Dias antes, trabalhadores da Planmar também entraram em greve porque a empresa não queria abrir negociação. No turno da manhã do dia 21 de agosto, os trabalhadores da Garoa pararam a fábrica com a greve por falta do pagamento do adiantamento salarial mensal.
Ano em que o Sindicato preparou um relatório sobre a saúde dos trabalhadores da EMS; garantiu a greve na Rhodia; ampliou a sede de Campinas; participou da Parada gay em Campinas e demonstrou apoio a luta aos povos originários na disputa de terras indígenas com publicação sobre o assunto no jornal da entidade.
Uma novidade foi o lançamento da primeira cartilha LER-DORT (Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), em 05 de setembro de 2008 para informar os trabalhadores sobre os sérios problemas de saúde relacionados ao mundo do trabalho na pressão por produtividade e como proceder, quais os direitos, já que os adoecidos tentam esconder o sofrimento. A publicação deu o pontapé na coleção que terá mais dois temas: Riscos Químicos e Previdência Social.