2002 a 2005

Unificação para ganhar mais força nas negociações

2002 a 2005

Em 2002, as centrais sindicais chamam greve geral contra desmanche do serviço público e retirada de direitos trabalhistas, movimentos sociais fizeram atos contra Alca – Área de Livre Comércio das Américas uma tentativa de anexação das economias latino-americanas e caribenhas, que aceleraria o processo de desindustrialização e comprometeria a soberania das nações, consolidando o domínio imperialista dos Estados Unidos.

Ano de eleição para Presidência da República que elegeu Lula e o Sindicato apontou desafios para os próximos anos, publicando Boletim com “Carta aberta” ao presidente Lula e pauta em defesa dos trabalhadores.

O governo de Fernando Henrique Cardoso tentou empurrar um projeto de lei que previa menos direitos do que os previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O Sindicato participou das lutas e foi às ruas em Campinas, em Brasília junto com trabalhadoras e trabalhadores realizaram uma vigília, e a paralisação geral envolveu 12 milhões de pessoas, no dia 21 de março de 2002. Com a pressão popular, o projeto foi arquivado na época. No entanto, em 2017, a proposta de FHC foi incorporada à reforma trabalhista do presidente golpista Michel Temer.

Ano em que durante o Congresso de Unificação dos Sindicatos de Campinas, Osasco e Vinhedo, formou o Sindicato Químicos Unificados, dos ramos químicos, plásticos, farmacêuticos, abrasivos e similares, representando aproximadamente 50 mil trabalhadoras e trabalhadores, continuando a luta em defesa dos direitos trabalhistas e seus desafios.

A unificação surgiu com o objetivo de combater às políticas neoliberais que provocavam o aumento da fome, da miséria e do desemprego na classe trabalhadora, de resgatar ideais da formação da CUT, ser um sindicato classista, democrático, combativo e defensor da superação da exploração capitalista e construção de uma nova sociedade justa e democrática, o socialismo.

Atualmente, a representatividade de mulheres na direção é de 33% da direção do Sindicato. No entanto, no início da fundação do sindicato, eram apenas homens, as primeiras mulheres dirigentes foram somente na década de 1980. Com a retomada em 1991 e a decisão por uma direção colegiada, a atuação das mulheres começou a se consolidar. Em 2002, com a unificação com o Sindicato de Osasco, é aprovada a cota de 30% para mulheres na direção. A partir desse momento, a participação cresce ano a ano, assim como a realização de mais atividades específicas e de formação, com o Coletivo de Mulheres, as trabalhadoras ganharam mais espaço e voz no Sindicato.

Para além do sindicalismo, a luta incluía o apoio às manifestações populares como em ocupações realizadas pelo MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra entre outros movimentos sociais da classe trabalhadora.

Os dirigentes de Campinas, Osasco e Vinhedo foram eleitos em suas regiões, após a unificação dos sindicatos e juntos vêm construindo o Sindicato Químicos Unificados.

Em 2003, Químicos Unificados realiza 2º Congresso em julho, consolidando a força da unificação. Ano em que os resultados da Campanha Salarial foi positiva para a categoria e boletim destaca jornada de trabalho na Rhodia.

A Regional Osasco criou o Instituto Socialismo e Democracia José Campos Barreto – conhecido por Zequinha Barreto. Localizado na sede do Sindicato, o espaço promove debates, formação política, preservação da memória operária e de resistência à ditadura e das lutas sociais, incluindo a Biblioteca Popular Arcênio Rodrigues da Silva.

O ano de 2004 foi marcado por duas greves na EMS, no dia 23 de abril e dia 29 de novembro. O forte aparato policial não intimidou os trabalhadores que permaneceram em frente à fábrica. Outra iniciativa importante foi das companheiras do Sindicato que participaram do Encontro de mulheres promovido pela CNQ – Confederação Nacional dos Químicos.

Em 2005 duas iniciativas destacaram o protagonismo dos trabalhadores como a criação do Cefol (Centro de Formação e Lazer) e do COT (Central Organizativo dos Trabalhadores), um instrumento de apoio e parceira na luta de organização, para desenvolver projetos, assessorar e promover atividades nas áreas cultural, educacional, políticas públicas, economia solidária, agroecologia e de formação junto às entidades e organizações parceiras e aos trabalhadores e trabalhadoras não organizados. No início, eram 1.224 sócios e hoje são 11.206 pessoas.

O Cefol, que completa 20 anos em 2025, passou por diversas etapas de burocracia, construção, finalização e trazendo novos conceitos de lazer e formação para os trabalhadores. A primeira iniciativa foi a realização de uma assembleia em que foi aprovada a autorização de compra do terreno, de 187,92 m2 com estábulo, e sua construção do Cefol. Durante o ano os espaços foram pensados para atender a categoria e foi inaugurado em dezembro com 3 piscinas, incluindo para bebês, vestiários e banheiros, sala médica, restaurante, salão de jogos, área para alimentação e estacionamento. As novas instalações foram ocorrendo ao longo desses 20 anos, pesqueiro, quadra de areia, campo de futebol, quiosques, espaço para churrasqueiras, sauna, o complexo aquático Prainha Park, Tenda Amarela, Folk Valey, áreas para locação de eventos, 28 apartamentos para hospedagem, espaço para cursos, trilhas ecológicas e educativas na Serra dos Cocais, e muito mais. Saiba mais no link: https://cefol.com.br

Uma das ações mais importantes para a classe trabalhadora é a redução da jornada sem redução de salário. O Químicos Unificados conseguiu esse direito pelo acordo coletivo de 2005, com a implantação a partir de 1º e janeiro de 2006 a redução da jornada de 44 para 42 horas semanais, lembrando que parte do setor já trabalhava 42 horas e outra com 40 horas. Em 2009, toda a categoria passou a trabalhar 40 horas semanais.