1965 a 1981

Período de ações assistencialistas 

1965 – 1981

O interventor que veio dirigir o Sindicato dos Químicos de Campinas em 1964, cedido pela Rhodia de Santo André, José Improta, renunciou em 1966 e Carlos Cremasco tornou-se presidente. A eleição ocorria a cada dois anos e Cremasco foi reconduzido ao cargo até sua saída em 1981. Cremasco contou* que no período da intervenção, o Sindicato havia sido mal administrado e teve o patrimônio dilapidado como venda de equipamentos odontológicos não contabilizados e que a sindicalização era baixa devido ao medo de represálias. Destacou a conquista na Rhodia do adicional de periculosidade no fim dos anos de 1960. 

Sobre o momento político da ditadura Cremasco falou de sua experiência em ter sido levado ao DOPS, acreditava que por ser uma pessoa simples, portando somente o título de eleitor, foi liberado rapidamente. 

O Sindicato iniciou campanha mais forte de sindicalização na categoria. Em 1975, o Sindicato fez parceria com a Unimed e aumentou o número de sindicalizados, assim como, a parceria com a Caixa Econômica para oferecer empréstimos consignados. A 3M foi a empresa que mais gerou sindicalizado pelo benefício do consignado. Os trabalhadores da Rhodia se aproximavam do Sindicato pela questão de contaminação de produtos, e na década de 1980 passou a pagar 30% de adicional de periculosidade.

 

Campinas inicia lideranças na oposição

O ex-trabalhador da Rhodia e dirigente sindical, Antonio Luiz de Souza (Tuim)* falou sobre o início da formação da chapa de oposição em 1977. A partir de então, as lideranças foram ganhando força ao longo da década de 1980. Contou que os movimentos grevistas eram comandados pela oposição “senão todos, quase todos”, e os trabalhadores confiavam nesses companheiros.

Os primeiros materiais arquivados no Sindicato são do ano de 1979: Jornal “O Trabalhador Químico” de maio Ano I nº 2 e o primeiro boletim é sobre a Gessy. Em 1980, o jornal O Trabalhador Químico de julho/dezembro Ano II nº 11 trouxe destaque na capa “Sindicato 25 anos” e um Boletim informando sobre a Campanha Salarial. O acervo inclui a cópia de um boletim com o título “Lutar por melhores salário é crime?” convocando para o ato em 14 de fevereiro em apoio a sindicalistas metalúrgicos e estudantes presos por participarem de manifestações, entre eles, o atual presidente Lula.

Chega ao fim mandato de Carlos Cremasco

Na eleição de 1981, o presidente do Sindicato, Carlos Cremasco decidiu não concorrer mais a direção do Sindicato, devido a idade avançada, e Ademar Veiga foi eleito ao cargo. O momento político no país colocava o sindicalismo na fase combativa e não mais assistencialista. As grandes greves no ABC foram ganhando mentes e corações em outras cidades e estados.

 

Informações extraídas de:
* Entrevistas concedidas ao Sindicato em 2005.