Sindicato intensifica firmeza nas negociações e nas lutas
2008 a 2011
Trabalhadores da Ceralit confirmaram em assembleia, em 18 de fevereiro de 2008, a decisão em ocupar a fábrica por tempo indeterminado para impedir a retirada de maquinário, bens que podem ser utilizados como forma de pagamento de salários e direitos trabalhistas. Fato que foi ocorrer a partir de 2011, após venda da área mediante decisão judicial, em ação impetrada pelo Unificados e pelos trabalhadores.
Em nova eleição no Sindicato Químicos Unificados, a Chapa 1 da Regional Campinas recebeu 99,05% dos votos. A apuração ocorreu no dia 14 de maio após 3 dias de votação.
Na campanha salarial do ramo farmacêutico, a mobilização na Medley garantiu aumento real nos salários além do acordo coletivo e alteração da jornada, com os sábados passando a ser trabalhados de forma alternada. Na EMS a principal conquista foi pela equiparação salarial no chão de fábrica, mesmo piso para todos.
As trabalhadoras e os trabalhadores da Tops, uma divisão da EMS, receberam um reajuste de 31,89% sobre o salário anterior, nos demais setores que recebiam o piso da
categoria desigual, o reajuste salarial foi de 27,63%. Greve para 100% da produção na Sinter Futura em 16 de abril, diante dos inúmeros problemas sofridos pelos trabalhadores.
O ato em comemoração ao Dia do Trabalhador ocorreu na Praça da Sé em São Paulo, com a participação dos sindicatos de luta, partidos de esquerda, a Intersindical, Conlutas, entidades e movimentos sociais, com cerca de 2 mil pessoas. O Sindicato Químicos Unificados participou do 1º de Maio desde o início de sua preparação.
Por outro lado, a CUT e a Força Sindical transformaram a data em um dia tão somente de festas, com a realização de grandes shows, despolitizando a classe trabalhadora, com a apresentação de artistas e sorteio de muitos prêmios.
O Dia Mundial do Meio Ambiente, em 05 de junho, foi comemorado pelo Sindicato com um ato em frente ao Fórum da Justiça do Trabalho, no centro de Paulínia, uma das cidades mais poluidoras do planeta.
Um manifesto foi entregue à população informando sobre a poluição, principalmente a industrial em Paulínia, alertava para suas consequências na saúde das pessoas e para a continuidade da vida no planeta, relembrava o crime ambiental provocado pela Shell/Basf. Houve também a distribuição de mudas de diversas árvores aos que se interessaram e se comprometeram com o plantio.
O Sindicato também esteve ao lado dos trabalhadores nas greves da EMS em abril, que recusaram a proposta do reajuste salarial e da Hidroall em outubro, após 7 dias em greve. A Rhodia enfrentou a segunda paralisação da produção em 18 dias, na manhã do dia 05 de novembro, decisão dos trabalhadores em reunião nos portões da empresa, já que não tiveram as reivindicações atendidas.
A produção na Samkwang, em Campinas, foi totalmente paralisada após decisão da assembleia realizada na madrugada do dia 31 de outubro, último dia antes da mesa de negociações da campanha salarial. Dias antes, trabalhadores da Planmar também entraram em greve porque a empresa não queria abrir negociação. No turno da manhã do dia 21 de agosto, os trabalhadores da Garoa pararam a fábrica com a greve por falta do pagamento do adiantamento salarial mensal.
Ano em que o Sindicato preparou um relatório sobre a saúde dos trabalhadores da EMS; garantiu a greve na Rhodia; ampliou a sede de Campinas; participou da Parada gay em Campinas e demonstrou apoio a luta aos povos originários na disputa de terras indígenas com publicação sobre o assunto no jornal da entidade.
Uma novidade foi o lançamento da primeira cartilha LER-DORT (Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), em 05 de setembro de 2008 para informar os trabalhadores sobre os sérios problemas de saúde relacionados ao mundo do trabalho na pressão por produtividade e como proceder, quais os direitos, já que os adoecidos tentam esconder o sofrimento. A publicação deu o pontapé na coleção que terá mais dois temas: Riscos Químicos e Previdência Social.
Em 2009, perdemos um grande lutador, o camarada Sebastião Américo Costa Filho – o Tião. Trabalhador da Starpack, entrou para a direção do Sindicato em 1993 até 2005, depois passou a trabalhar com sindicalização, trazendo mais companheiros para a luta.
Ano de muito trabalho com reformas das colônias de férias, mobilizando a categoria e em participações atos contra crises e redução de salários, reforma da presidência, com a grande Jornada nacional de lutas no mês de agosto.
A empresa de produtos para o setor de cosméticos, Sinter Futura, em Monte Mor, tentou substituir os trabalhadores no quarto dia da greve com a ajuda de uma agência de empregos de trabalhadores terceirizados e da Polícia Militar colocando ônibus em comboio para dentro do pátio, na manhã do sábado dia 10 de setembro de 2009. Não se preocupando com a falta de preparo dos terceirizados e os riscos que trabalhar em uma indústria química oferece. A PM, mais uma vez, ficou ao lado da patronal e portou-se de forma truculenta, grosseira e agressiva contra os trabalhadores que exerciam o constitucional e legítimo direito de se organizar e reivindicar direitos, principalmente durante a campanha salarial. Enquanto, a empresa praticava todo tipo de constrangimento aos trabalhadores
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres realizou uma caminhada de Campinas à capital paulista. As companheiras do Sindicato, dirigentes e trabalhadoras, participaram no trecho de Campinas a Valinhos. Na conversa com Aleida Guevara (médica cubana e filha de Che Guevara) no acampamento de Perus e na chegada na Praça Charles Miller em frente ao Estádio do Pacaembu.
Em abril, o Sindicato realizou uma passeata com os trabalhadores da EMS, em Hortolândia, com o percurso ao redor da empresa para pressionar por maior aumento real no salário e pelo fim do trabalho aos sábados.
Na edição de junho de 2010 nº 32, o jornal informou sobre a decisão do Conclat que não contemplou a todos os sindicatos sobre a criação da nova central sindical. Ano de inauguração do pesqueiro no Cefol, destaque para o campeonato de futebol e as festas julinas, dia das crianças e de fim de ano. Na campanha salarial, os trabalhadores da Bann Química, em Paulínia, entraram em greve no dia 04 de novembro, já que a empresa não atendeu as reivindicações protocoladas pelo Sindicato.
Em 2011, foi comemorado 20 da retomada do Sindicato pelos trabalhadores com uma grande festa, homenageados, parceiros de longa data relembraram momentos passados. Um vídeo de 34 minutos contou essa história, que também pode ser apreciado em uma página na internet e o mais importante, contou com a participação da família dos trabalhadores da categoria. Em 2025, ano em que se celebra os 70 anos da fundação do Sindicato, o site foi atualizado, foi organizada uma exposição de fotos no Corredor das Águas no Cefol, produzidos uma revista comemorativa e um documentário com mais lutas e conquistas, pensando um futuro mais feliz, justo e igualitário, sustentável, socialista e agroecológico.
A cidade de Campinas, passou por um processo intenso de manifestações e o Sindicato participou das inúmeras atividades pedindo a saída do prefeito Hélio da Costa Santos, envolvido em corrupção no Caso Sanasa, após prisão de suspeitos e apuração das denúncias. Dr. Hélio foi cassado pela Câmara Municipal de Campinas e o vice-prefeito que tinha assumido o cargo, Demétrio Vilagra, também foi afastado por suspeita no mesmo caso. O presidente da Câmara de vereadores, Pedro Serafim Júnior, assumiu a prefeitura, mas por apenas 10 dias, uma decisão judicial recolocou Vilagra no comando. Com a Comissão Processante na Câmara em andamento, o impeachment foi aprovado. Com Vilagra também cassado, Serafim Junior voltou a reassumir a prefeitura.
A população então, que ia às ruas e à Câmara, desde agosto de 2011, continuou pressionando pedindo eleição direta para valer a vontade do povo, mas a nova eleição só ocorreu no ano seguinte, no pleito normal.
A Jornada Nacional de Lutas levou cerca de 20 mil trabalhadores à Brasília no dia 24 de agosto, para exigirem mudanças na política econômica, investimentos em saúde, educação e reforma agrária. Ano de eleição no Sindicato, trabalhadores reconduziram a Chapa 1 para mais uma gestão na Regional Campinas.